quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Adeus pai

17 de Setembro de 2008 será sem dúvida um dos dias mais cruéis da minha existência. Partiste pai. Não sobreviveste à pressão. Foste vítima do capitalismo e dos seus métodos oblíquos. Foste um mártir.
A ti dedico este poema de Sophia Andresen

Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada

De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse

Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra

in O Nome das Coisas, Sophia Andresen

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

(in)Justiça

Coitado do Pinto da Costa que ficou injustamente detido umas horas por causa de umas frutas...
Coitada da Fátima Felgueiras acusada injustamente de corrupção...
Coitados dos políticos, dos empresários que fogem...

... e eu perdi o meu pai porque não soube ser coitado como eles.

No mais fundo das entranhas grito...
Tenho raiva deste mundo que incita à corrupção,
deste mundo que me diz que o meu pai partiu porque era honesto

Ele não era deste mundo?
E eu serei deste mundo?
Os meus irmãos e os que junto de nós acreditam que há valores a respeitar, que há seres humanos sob cada corpo, que há outros além do eu, será este o nosso mundo?
Quero acreditar que sim, mas é duro, muito duro