quarta-feira, 24 de abril de 2013

transpondo o vento

Centra-se aqui,
entre o rosto e o peito
o silêncio da ondulação

Cai e dói
transpondo o vento da existência
e fica-se
assim

Pressente-se o renascimento
A primavera da palavra
numa cândida melodia

ao vento

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Para lá do não

Voa a sílaba doente
não há ar que a leve
não tem ouvido que a escute

enrolo meus braços em mim para recordar que tenho corpo
fecho-me e desejo-me

nada

o vazio

outro sinal

«os sinais não dizem nada perante o meu vazio», grita Eva

E continuarão a não dizer nada enquanto teus olhos e teus ouvidos não forem capazes de lhe conferir sentido

E para lá do não

a solidão abismal
a cultura da dor

o prazer da dor?

Tremo