quarta-feira, 16 de julho de 2014

desenho teu corpo

Desenho teu corpo com meus lábios
Linhas curvas sobre curvas linhas, numa circularidade tangente
Sempre nova

Desenho teu corpo com meus dedos
Ecoando a mais bela melodia do sentido
Sempre nova

Desenho teu corpo com meu corpo
Reconfigurando tempo e espaço
Sempre novo

Desenho teu corpo longe como se perto fosse

Desenho teu corpo no meu

(15-07-2014)

segunda-feira, 24 de março de 2014

Canção das folhas

«Eu vou colher 
A erva frágil das mil folhas.
Mais radiante será minha face
E mais radiantes os meus lábios
Mais jovial a minha voz»
Gaélico Escocês da tradição Popular citado no Poemário Assírio & Alvim 23-03-2014


Frágeis são os versos
Porém sustento rejuvenesce-dor

Neles a voz, a luz e a possibilidade
Neles a navegação no infinito e o sentir sem fronteiras
Neles também o caos da Origem e o outro o Caos do ser aqui

minhas pegadas em mil folhas
movimento ascendente de buscar

caminho silencioso,
acompanhado

AINDA TANTO

sexta-feira, 21 de março de 2014

Construir um poema

Construir um poema com notas musicais
Um poema sem palavras
Um poema em língua universal

la la mi fá ré fá la ré sol sol
sol sol sol mi ré sol
si do mi mi la mi
si fa la [sem fala]

Construir um poema de cor
sombras vivas de movimento
vogais verdes azuis vermelhas
consoantes amarelas
fundo de mar

Construir um poema pendente

Construir o possível

Súbitas vertentes

Amanheci desejando ser flor:
nascer, amadurecer e abrir corolas
Cantando melodias de sentidos,
melodias sem palavras
Fluentes expressões de ser...

Amanheci desejando ser vento
erguer-me, flutuar e percorrer saturnos
Dançando nas curvas soltas do todo possível
curvas sem corpo
Fluentes expressões de sentir...